-
homepageOutro ótimo texto do Leonardo Boff (http://www NULL.leonardoboff NULL.com/site/vista/2001-2002/sec_esp NULL.htm), agora explanando sobre esse século q inicia, onde as pessoas pensam, questionam e até cobram sobre assuntos até então ignorados ou até mesmo desconhecidos.
Dessa vez meus comentários ficam pro final, por agora leia o ótimo texto.
Século XXI, Século da Espiritualidade?
Leonardo Boff
A característica básica do século XXI será a consolidação do processo de globalização. Esse fenômeno deve ser corretamente entendido. Ele não é apenas um dado econômico, político e cultural, afetando os seres humanos. Ele tem a ver com a história da própria Terra como Planeta. Mais e mais ganha adesão na consciência coletiva que a Terra é um superorganismo vivo que tem bilhões de anos de evolução e de história. A Terra é parte da história do universo; vida é parte da história da Terra e a vida humana é parte da história da vida. Cosmos, Terra, vida e humanidade não são realidades justapostas mas formam um todo orgânico. Como humanos, somos filhos e filhas da Terra, melhor ainda, somos a própria Terra que chegou ao seu momento de consciência, de sentimento, de liberdade e de responsabilidade. A globalização se insere dentro desta perspectiva universal. Os seres humanos que estavam dispersos em suas culturas, confinados em suas linguas e estados-nações, agora estão voltando de seu longo exílio rumo à casa comum que é o Planeta Terra. A globalização representa esse momento novo da Terra e da espécie humana. Todos se encontram como num único lugar: no Planeta Terra. A partir de agora não haverá tanto a história da Alemanha ou do Brasil, mas a história da humanidade unificada e globalizada, unida com a história da Terra.
Continue Reading » research
-
Sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia, a economia e a ecologia.
Sustentabilidade tem a ver com a relação que mantemos conosco mesmos, com os outros e com a natureza.
Princípios orientadores da Ecopedagogia:
- O planeta como uma única comunidade.
- A Terra como mãe, organismo vivo e em evolução.
- Uma nova consciência que sabe o que é sustentável, apropriado, o faz sentido para a nossa existência.
- A ternura para com essa casa. Nosso endereço é a Terra.
- A justiça sócio-cósmica: a Terra é um grande pobre, o maior de todos os pobres.
- Uma pedagogia biófila (que promove a vida): envolver-se, comunicar-se, compartilhar, problematizar, relacionar-se entusiasmar-se.
- Uma concepção do conhecimento que admite só ser integral quando compartilhado.
- O caminhar com sentido (vida cotidiana).
- Uma racionalidade intuitiva e comunicativa: afetiva, não instrumental.
- Novas atitudes: reeducar o olhar, o coração.
- Cultura da sustentabilidade: ecoformação. Ampliar nosso ponto de vista.
Saiba mais: A Ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra
Continue Reading »
-
Voltando ao tema da ecopedagogia, e de quebra um texto com estilo um pouco mais "acadêmico" .
O texto é longo mas a qualidade compensa o esforço. Ele ao mesmo tempo tem um estilo "acadêmico" e é de simples leitura. Faz uma geral na situação sócio-econômica e política da Humanidade, com relação à globalização, e sugere a Consciência Planetária como solução pra esses problemas e pra criação duma civilização Una e sustentável, apresentando a ecopedagogia como proposta pra educar a sociedade rumo a essa transformação.
Ao terminar o texto, sugiro aprofundar o entendimento sobre o sentido do termo Consciência Planetária lendo um outrotexto Confusão com o termo Consciência Planetária.
A Ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra
de Moacir Gadotti (http://www NULL.ufmt NULL.br/revista/arquivo/rev21/moacir_gadotti NULL.htm), data do texto desconhecida
RESUMO: O conceito de Ecopedagogia está relacionado com a sustentabilidade, para além da economia e da ecologia. A ecopedagogia inclui abordagens da planetaridade, educação para o futuro, cidadania planetária, virtualidade e a Pedagogia da Terra. A meta deste enfoque é discutir os paradigmas da Terra como uma comunidade global. Os princípios da Ecopedagogia são mais amplos do que a educação ambiental, desde que seu debate inclui processos de "co-educação", no marco da cultura de sustentabilidade, dentro e fora das escolas. A sustentabilidade educativa está além das nossas relações com o ambiente – ela se insere desde o quotidiano da vida, o profundo valor da nossa existência e nossos projetos de vida no Planeta Terra. Neste sentido, a Ecopedagogia, ou Pedagogia da Terra, é algo mais apropriado para a construção coletiva da Carta da Terra.
Palavras chaves: ecopedagogia, educação sustentável, pedagogia da Terra
ABSTRACT: The concept of "Ecopedagogy" is related to life sustainability, forward economy or ecology. The Ecopedagogy includes approaches of "planetaridade", education for the future, sustainability, planetary citizenship, virtuality or even Earth Pedagogy. The main aim of this study is to bring up Earth paradigm as a global community. The ecopedagogy concept is much larger than environmental education, since the central issue aims to debate the process of "co-education", within the culture of sustainability, inside and outside school’s projects. The sustainability education is much more than relationship with environment – it aims to debate, from quotidian life, the deep sense of our existence, our life project in the Planet Earth. In this scene, the Ecopedagogy, or Earth Pedagogy, is much more adequate to the collective process for building Earth Charter.
Keywords: Ecopedagogy, education for sustainability, Earth pedagogy
Três décadas de debates sobre "nosso futuro comum" deixaram algumas pegadas ecológicas, tanto no campo da economia, quanto no campo da ética, da política e da educação, que podem nos indicar um caminho diante dos desafios do Século XXI. A sustentabilidade tornou-se um tema gerador preponderante neste início de milênio para pensar não só o planeta, um tema portador de um projeto social global e capaz de reeducar nosso olhar e todos os nossos sentidos, capaz de reacender a esperança num futuro possível, com dignidade, para todos.
O cenário não é otimista: podemos destruir toda a vida no planeta neste milênio que se inicia. Uma ação conjunta global é necessária, um movimento como grande obra civilizatória de todos é indispensável para realizarmos essa outra globalização, essa planetarização, fundamentada em outros princípios éticos que não os baseados na exploração econômica, na dominação política e na exclusão social. O modo pelo qual vamos produzir nossa existência neste pequeno planeta, decidirá sobre a sua vida ou a sua morte, e a de todos os seus filhos e filhas. A Terra deixou de ser um fenômeno puramente geográfico para se tornar um fenômeno histórico.
Os paradigmas clássicos, fundados numa visão industrialista predatória, antropocêntrica e desenvolvimentista, estão se esgotando, não dando conta de explicar o momento presente e de responder às necessidades futuras. Necessitamos de um outro paradigma, fundado numa visão sustentável do planeta Terra. O globalismo é essencialmente insustentável. Ele atende primeiro às necessidades do capital e depois às necessidades humanas. E muitas das necessidades humanas a que ele atende, tornaram-se "humanas" apenas porque foram produzidas como tais para servirem ao capital.
Continue Reading »
-
Esse texto é trechos do livro Os Problemas do Fim de Século de Edgar Morin, q foi publicado na década de 90.
A consciência ecológica
Edgar Morin
A ecologia é uma disciplina científica cuja criação se deve ao biólogo alemão Haeckel em fins do século XIX; no ano de 1935 o botânico inglês Tansley concebeu a noção central que distinguiu o tipo de objeto desta ciência dos das outras disciplinas científicas: o ecossistema. Em 1969 operou-se na Califórnia uma junção entre a ecologia científica e a tomada de consciência de degradações do meio natural, não só locais (lagos, rios, cidades) mas agora também globais (oceanos, planeta), que afetam os alimentos, os recursos, a saúde, o psiquismo dos próprios seres humanos. Houve assim uma passagem da ciência ecológica à consciência ecológica.
Além disso, fez-se a junção entre a consciência ecológica e uma versão moderna do sentimento romântico da natureza que se desenvolvera, principalmente no seio da juventude, ao longo dos anos 60. Este sentimento romântico encontrou na mensagem ecológica a sua justificação racional. Até então, qualquer «regresso à natureza» fora encarado na história ocidental moderna como irracional, utópico, em contradição com as evoluções «progressivas». No fundo, a aspiração à natureza não exprime somente o mito de um passado natural perdido; ela também exprime as necessidades, hic et nunc, dos seres que se sentem molestados, sufocados, oprimidos num mundo artificial e abstrato. A reivindicação da natureza é uma das reivindicações mais pessoais e mais profundas, que nasce e se desenvolve nos meios urbanos cada vez mais industrializados, tecnicizados, burocratizados, cronometrados.
Continue Reading »
|