A Voz Interior
Começo a nova safra de textos com esse do quaternário Luiz Nery. Ele fala sobre a evolução na habilidade de sentir (ou pelo menos ouvir) nosso EU Interior.
Gostei do texto dele principalmente pq ele fala da forma q a religião, em vez de promover a Religação e nos levar à constatação q somos Deuses, acaba é nos prendendo em seus grilhões de dogmas e tabus, e só conseguimos efetivamente a Religação qd nos libertamos dessas amarras.
Percepções Gradativas do Guia Interior
Thursday, 14 Jan 2010, at 5:35 AM
Muitos de nós trazemos arraigados certos ranços pegajosos da tradição judaico-cristã, tipo o esforço pessoal, o raciocínio moralista, a cruz, o sofrimento como libertação e depuração, o pecado original, o gozo no futuro e não no presente, e uma série de "imbroglios" confusos.
Toda uma carga que nos leva a uma sensação de incompetência e fragilidade, mesclada a sensações de poder e autonomia, difusas e menos possantes, ecos dos pequenos deuses que nós somos, com ampla tendência a não prevalecer, por causa do hábito do escorregadio modo de pensar-se judaico-cristão. Quando acertamos, o mérito é de Deus, quando erramos, a culpa é nossa, etc... e por aí vai.
Enfim, essa coisa de nos acharmos os errados e os culpados. Ao perceber que não é assim, debandamos pro outro lado, o de todo-poderosos, auto-confiantes com o destino na mão e plena liberdade de escolha. Mas os hábitos estão lá.
Daí, filosofias espiritualistas mais avançadas nos mostram a responsabilidade pessoal, o karma, a ação e a reação.
Mais leves da carga judaico-cristã e católico-pesada muito especialmente, caímos no extremo cuidado com as atitudes, embalados pela consolação da reencarnação como renovação de oportunidade e como origem dos erros pessoais.
Outra carga, já menos rançosa, felizmente. Vivemos a Supremacia, ou a Ditadura, da Responsabilidade, Percebemos Deus como nada tendo a ver com nossas trapalhadas. Mas continua uma impotência difusa, porque há uma fragilidade extrínseca a nós bastante efetiva e atuante. Essas noções todas nos induzem ao Primado do Raciocínio e aproveitamento de toda a experiência acumulada que a maturidade da meia idade carnal proporcionou. Temos que ser super-homens e super-mulheres, responsáveis, experientes de e por nós mesmos.
A Voz, o Guia Interior está lá no fundinho, querendo dar o ar de sua graça. E sopra: viu, você é Deus também !
Essa percepção revoluciona todo o processo de ser e de estar completamente, de novo. Não é mais o Primado do Raciocínio Responsável, mas o da Reintegração de Posse da Inerência da Condição Divina e do aprendizado de suas possibilidades. O apoio do intelecto dá um salto para o mentalismo.
O treino do esconde-esconde da Voz Interior mostra que as soluções SÃO, não dependem dos nossos construtos. O intelecto, importantíssimo como executor/operacionalizador das soluções, passa a ser segundo escalão na hierarquia. A mente, o primeiro. O instinto, o terceiro, como já o era, de há muito.
Amigas, estou numa fase em que ouço a Voz Interior, a Mente Integrada ao Todo Que Tudo Contém E Abarca, DEPOIS que o intelecto agiu. Como se ela quisesse me mostrar a diferença, torná-la patente e clara. O intelecto perde de 100 a 002 do Eu Interior Integrado no Todo. Comprovo isso tombo após tombo, sucumbência após sucumbência.
No meu dia a dia, tenho que tomar diversas decisões rápidas, urgentes e cruciais várias vezes, além de estar sempre processando 3 a 4 afazeres simultaneamente, como um computador ligado na tomada. Tudo rápido, tudo desafiador. Nenhuma tarefa minha é rotineira, nem o dia se arrasta sem consequências. Preciso, portanto, de um processador de alta eficiência. Cresce-me a acuidade, sensivelmente. Os tombos tem sido mais conscientizados, mais fáceis de enxergar. Mesmo que vá ouvindo a Mente Em Tudo Imersa no "depoismente" do posicionamento, pelo menos reconheço-a e espero ir conseguindo trazê-la para o "durantemente" e o "previamente".
Falam muito pra gente: não seja impulsivo, pense bem antes! Ranço judaico-cristão, vício intelecto-responsável.
Que nada ! Um salto nos domínios do PAE e apreensão direta da Fonte de Água Viva, onde tudo É antes de ter sido ou vir a ser alguma coisa. Mente passiva, o sopro, o salto e a execução imediata, aí sim via intelectual, operacional, os construtos, os meios, os prazos, etc... e etc... que tendem todos ao coroamento do sucesso da idéia-mãe, porque coadjuvantes secundários daquela, e não determinantes.
Abração,
Luiz Nery